A Ética Médica e as Mídias Sociais.
Por: Ana Helena Guimarães
Vivemos
em um momento de tamanha conexão com o virtual, que os meios digitais, outrora
presentes apenas na ficção, tornaram-se ferramentas indispensáveis em nosso
dia-a-dia. As mídias sociais tem se consolidado de tamanha forma, que deixaram
de servir apenas como fonte de entretenimento, para se transformarem em
eficiente meio de comunicação e divulgação de informações, além de estarem cada
vez mais incorporadas às rotinas de trabalho.
Cada
dia mais, profissionais passam a atender clientes e trocar informações por meio
do Whatsapp, bem como se reúnem em grupos para discutir ideias com outros
colegas de profissão. Do mesmo modo, as redes sociais como Instagram e Facebook
são utilizadas para alavancar negócios, permitindo que produtos e serviços
sejam divulgados a um número expressivo de pessoas, sem a necessidade de gastos
com impressos.
Contudo
a utilização irrestrita desses meios de comunicação não pode ser a realidade
dos profissionais da área médica, visto que estão sujeitos a rígido regramento,
criado para garantir o decoro da profissão e a dignidade do paciente. A fim de
evitar sanções administrativas, ou mesmo processos judiciais, o médico que
utiliza as mídias sociais deve estar atento às normas do Código de Ética Médica
e do Conselho Federal de Medicina (CFM).
No
que tange à publicidade, devem ser observadas as regras contidas nos artigos
111 a 118 do Código de Ética Médica, bem como a Resolução 1.974/2011 do
conselho Federal de Medicina, que determinam, em suma, a vedação a conteúdos
sensacionalistas, de autopromoção e de conteúdos inverídicos.
Já
em relação ao Whatsapp, especificamente, o Conselho Federal de Medicina
elaborou o parecer n. 14/2017, com o fim de esclarecer as dúvidas relacionadas
ao uso desse aplicativo. Nesse caso, o foco da atenção são os direitos do
paciente, de modo que não seja violada sua privacidade. Por essa razão, a
recomendação é de que casos clínicos sejam discutidos de forma despersonalizada
e apenas em grupos compostos exclusivamente por médicos.
Observe-se
ainda que as consultas presenciais não devem ser substituídas pelas conversas
via aplicativo, salvo no caso de pacientes que já se encontram em assistência,
para elucidar dúvidas, passar orientações ou realizar intervenções emergenciais.
No
mais, quando da utilização de qualquer mídia social, o profissional deve prezar
sempre pelo bom senso e evitar abusos, tendo em mente que poderá ser
responsabilizado por todo conteúdo compartilhado, seja ele em forma de
opiniões, palavras ou mídias.
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